A essência da criança é o imaginário

A criança que fomos não é diferente da criança que nossos filhos são, o mundo mudou, a essência da infância não. Como nós quando pequenos, nossos filhos precisam de pegar na mão e girar em roda, de cantar e dançar melodias, de brincar de sombras na parede e, claro, contar histórias.

Quando minha filha, com um ano e oito meses, pegou um fantoche nas mãos e mudando a voz disse “Oi!”, entendi que ela já começava a perceber que existe um mundo diferente deste aqui, um que está dentro da cabeça dela, um universo inteiro a disposição da criatividade que ela mesma vai desenvolver. Entendi também que cabia a mim estimular ainda mais essa capacidade de imaginação, o que nos leva a segunda afirmação feita pela Bia Bedran na conversa que tivemos no Entre Fraldas #64.

A imaginação é a maior potência do ser humano

Bia Bedran para o Entre Fraldas #64

A imaginação foi o elemento chave da nossa evolução. Foi o que nos permitiu pensar que pegar a semente e colocar na terra seria bem mais fácil do que procurar por outro local onde aquela mesma planta estaria disponível. Cientistas, engenheiros e artistas usam igualmente a imaginação, apenas os propósitos são diferentes.

De maneira geral, pais e escola têm muitas dificuldades em estimular a imaginação da criança e mantê-la criativa a medida que passam os anos, essencialmente porque essa estimulação exige algo que todos nós somos ensinados a repreender: o erro. Queremos que as crianças estejam adequadas a um padrão, criamos expectativas sobre elas e queremos que elas correspondam a isso.

Seja curioso também!

Minha sugestão final para todos nós pais é sermos como crianças e perguntarmos mais do que afirmarmos. Invés de dizer “o mar não é rosa filho, é azul”, perguntar “por que você está colorindo o mar dessa cor?”. Antes de afirmar que Xinforímpolas nãs existem, pergunte o que são, como se alimentam, onde elas vivem.

*Este texto foi publicado originalmente na coluna que eu escrevia para o site Uai, mãe?!