O excesso de tela cria crianças menos empáticas?
A criança que passa muito tempo online será menos empática?
Quando éramos crianças em um mundo sem conexão de internet, no qual a tela se limitava à TV da sala de casa, era mais comum irmos a casa dos colegas para realizarmos os trabalhos escolares. Com o crescimento da internet e o aumento da violência nas ruas, é mais comum que crianças e adolescentes fiquem em casa, em frente a videogames e telas de celular. A interação face a face foi reduzida e isso pode trazer algum impacto para o futuro?
A interação face a face foi reduzida,
isso pode trazer algum impacto para o futuro?
O que dizem as pesquisas sobre crianças e telas?
Quando observamos e imitamos as expressões faciais de pessoas com as quais temos contato, isso, claro, também é uma forma de lermos essas expressões. Em 2012, cinquenta e uma crianças de escolas americanas visitaram um acampamento de verão, daqueles típicos de filmes infantis americanos. A maior parte delas possuía celulares que utilizavam com frequência, mas foram obrigados a deixar os aparelhos de lado para realizar caminhadas, jogos de desafio, esportes e outras atividades coletivas. Ou seja, durante um período de uma semana, essas cinquenta e uma crianças ficaram em uma imersão de atividades presenciais, afastadas de qualquer tela (celular, computador e mesmo TV).
No início da semana, os alunos foram submetidos a um teste de percepção de sentimentos expressos por adultos e crianças que eram apresentadas em imagens estáticas ou arquivos sonoros. Neste primeiro teste, em média, as crianças erraram 14 das 48 expressões apresentadas. Sem que tivessem acesso aos resultados do primeiro teste, as mesmas crianças foram avaliadas ao final do acampamento e a taxa de erro caiu para 9,5 em média. A melhora do desempenho desse grupo foi 50% maior do que a obtida pelo grupo de controle, que era composto por crianças com perfil semelhante que não foram ao acampamento e mantiveram o contato com telas.
O que podemos concluir
Sem ver a pessoa com quem interagimos, parece ser uma conclusão lógica de que perderemos a capacidade de interpretar suas expressões faciais e corporais. Mesmo quando interagimos através de vídeo, há um número limitado de informações que somos capazes de perceber no enquadramento escolhido pelo emissor. Assim, se você deseja que sua criança seja capaz de compreender o outro e também se expressar facial, vocal e corporalmente, ela precisa de ter contato presencial com outros adultos e crianças, especialmente nas chamadas fases críticas do desenvolvimento, dos 0 aos 5 anos e dos 10 aos 15 (está aí uma das grandes importâncias do Ensino Fundamental de maneira presencial).
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Se quer mais informações sobre crianças e telas, abordamos esse assunto em:
- DADTalks: O uso de celulares pode prejudicar a visão das crianças?
- Entre Fraldas #211. Isolamento Social e Tempo de Tela
- Entre Fraldas #152. Mamada ou Cagada: Hologramas, Desenhos e Cocô na Calça (E Se… Podcast)
- DADTalks – Crianças já nascem sabendo usar celular?
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