Minha próxima produção aqui não será aqui, porque vai ser uma vídeo-aula sobre documentários em áudio, para um edital no qual fui selecionado!
O nome do projeto é Orquestração Social de Histórias Pessoais para Pequenos Ouvidos.
Gostaria que fosse um vídeo feito a muitas mãos, muitas bocas, muitos ouvidos e olhares. Então esse post e o audiograma são para convidar e explicar que tipo de imagens gostaria.
Tem muitos valores que pratico no podcast que me fazem pensar que assim seria melhor. Aqui é um espaço de escuta aberta, de atenção aos outros, e o que faz mesmo o podcast são os sons de outras pessoas, sejam de entrevistas ou arquivo. Portanto, quero fazer o mesmo com as imagens. Outra coisa é a questão da memória, de ser um documento de um tempo, então se as imagens vierem com essa intenção será muito mais precioso.
Podem ser imagens novas mas também de arquivo, daquele HD que você tá há anos enrolando pra organizar, cheio de imagens estranhas. Quem sabe elas não se encaixam aqui? Ou pra quem já publica e compartilha, só indicar algum post antigo que eu possa usar também salva demais! Ah! E podem ser tantas imagens paradas, fotografias, quanto em movimento, em vídeo.
A vídeo-aula toda terá 20 minutos, e nem todas as sequências serão feitas com essas imagens, então esse audiograma aqui é pra fazer esse convite de forma mais leve, gostosa e plástica, já explicando a intenção de cada sequência. Quase que um esboço já de como serão essas cenas.
Mas vou deixar aqui listado em texto também uma pequena descrição como referência depois. Podem entrar em contato por qualquer canal do podcast que conversamos e posso explicar melhor.
Imagens:
- Bocas, pessoas falando, conversando, proseando. Já que estamos falando de podcast, claro que a voz humana é fundamental e vai entrar em diversos momentos. Podem ser closes ou planos mais abertos, de qualquer ângulo, planos abertos de pessoas conversando entre si, bocas falando em diferentes telefones, tudo que tenha a ver com a voz, com som ou não.
- Rádios, radinhos, aparelhos de som em geral. Pra quando falar que a voz tem essa facilidade técnica de ser acessível até para o aparelho mais simples.
- Cheiros, sabores e cores locais. Imagens de frutas, plantas, habitats típicos, artesanato, tudo que for bem marcante de um lugar. Essas imagens entram quando falo que o podcast tem esse poder de ser produzido a partir de todo lugar, por ser mais barato e acessível e, portanto, levando os sabores e sensações de um lugar para outros lugares.
- Cenas de pessoas olhando para a câmera, mostrando que sabem que estão participando da cena. Essa sequência é para mostrar que a presença de quem grava já muda a história, não há um fato neutro, mas sim aquele momento de entrosamento e encontro entre quem grava e quem é gravado(a).
- Closes extremos das coisas, filmadas bem de perto em zoom até virarem um borrão, só uma textura. Isso será pra falar dos universos internos, que parecem tão abstratos e subjetivos, mas só ressaltam mais ainda como as questões humanas são universais. O mais íntimo revela o mais universal, como uma imagem borrada em close pode parecer diversos lugares do universo.
- Formas que o ser humano usa para registrar graficamente: escrita, desenho, pintura, crianças desenhando, recados em quadros, grafites, pixações, murais, etc. Como uma comparação desse tipo de registro com o da voz.
- Imagens “mal enquadradas”, fora de quadro, partes de coisas que não mostram inteiramente o que são, fragmentos, detalhes. Assim como no podcast, os vãos, intervalos e não-ditos também são importantes, há muito a ser interpretado no silêncio, nos espaços, então essas imagens são para ilustrar essas histórias paralelas.
Obrigado!