Educação e Política
Olá caros leitores do GizCast,
a reflexão de hoje, ainda que se volte para o cenário político atual, não deixa de conter algo fundamental, e portanto, atemporal. Ao termos elegido o ensino e a edução como a esfera que engloba os debates do blog, proponho a vocês as seguintes questões para nós, educadores ou alunos: em que pode o professor (de qualquer disciplina) ajudar no amadurecimento dos alunos para questões políticas? Qual deve ser o limite desta atuação? Quanto aluno; o que ele pode fazer para absorver a opinião do professor de maneira crítica?
Começando pelo lado do professor, a resposta para estas perguntas, além de não ser simples e definitiva, temos o agravante de colocá-las em prática. Voltando para as questões, é claro que, face à primeira questão, os professores de humanas tendem a se sentir mais a vontade, ainda mais, se ele já tiver o hábito de discutir questões do tipo em sala de aula, mas vale lembrar que os responsáveis pelas demais matérias podem procurar meios para refletir sobre tais assuntos, justamente pelo fato de que a política opera nas mais variadas áreas.
O sistema em que vivemos
Isto posto, acredito que uma primeira iniciativa, simples até, vem do fomento ao entendimento do que é e como funciona o sistema que vivemos; o que engloba a dinâmica de seu funcionamento; como é possível se informar, de que maneira fazer isso; Uma das maiores dificuldades, a mim pelo menos, foi lembrar que a maior parte deles não tem o hábito de pesquisar ou se informar sobre isso, ainda. Ressalto, também, que o assunto se desenvolve em diversos níveis de profundidades, e acredito que a heterogeneidade das respostas dos professores tem mais a acrescentar do que à atrapalhar.
Procurar explicar o que significa escolher algum político, o que significa ele te representar, talvez até um exemplo pessoal (se abordado com cuidado)… alguns devem estar pensado, mas e o meu conteúdo, eu vou ficar atrasado, e a revisão e a prova? Ora, é evidente que o ideal seria ter esta conversa com calma e tempo, pensando até num contexto para que assunto fique mais claro e palpável, porém as apostilas e os calendários não são feitos considerando este tipo de iniciativa, por isso, inclusive, insisto parte de você encontrar um jeito, uma situação, uma brecha (ou criá-la), mas advirto é melhor tentar fazer do que esperar a melhor oportunidade.
Relação professor e aluno
Já em relação a segunda questão e terceira questões, aí está o maior dos dilemas o qual caso não circule a cabeça de todos nós, deveria.
Do lado do professor, amadurecer na profissão, acredito eu, engloba entender, sobretudo, a possibilidade real de o aluno descobrir caminhos diversos que o seu para chegar à conclusões diversas que a sua, na maioria dos casos. Novamente, isto fica mais claro em Humanas, mas também ocorre em exatas, basta ver os caminhos de resolução de um exercício de geometria, por exemplo; quem nunca foi descontado numa prova porque o professor não entendeu seu raciocínio? Aceitar engloba entender a individualidade do aluno, e é exatamente isso que deve aflorar, tanto em você quanto nele, inclusive, para que ambos amadureçam suas visões políticas, de maneira individual e independente.
Já em relação ao ponto de vista do aluno, e partindo da última palavra da frase anterior, independência é o ponto chave. Eu sei, até porque já fui e ainda sou aluno, que temos em muitos professores a materialização de um norte, ainda mais quando estabelecemos uma boa relação e aquele educador aparenta segurança e firmeza. Daí surge a questão, por que vou tomar uma posição divergente? Por que vou debater com esta pessoa se ela é a minha referência? E se eu, eventualmente, for mal compreendido ou ele me desapontar? (em alguns casos pode-se pensar assim, por quê não?)
Respeito à opinião do próximo
Aí está o mais interessante! É exatamente na sua divergência, no embate, que se firma uma opinião, que se aprende a respeitar a opinião do próximo, que demonstra o crescimento e o resultado da iniciativa, do que se procura atingir. A ideia central é: política é algo dotado de vida e movimento, logo, deve ser entendido como tal, todavia deve ser mantido sempre o respeito ao seu significado, pela importante esfera que representa em nossa vida real. Este tema será assunto de Podcast, claro que com outro recorte, presença de convidados e mais tempo de debate.
Forte abraço e até uma próxima.
– Caio