O quanto a motivação e a autoestima podem influenciar no desempenho escolar do seu filho?
Na última temporada, falando sobre a escolha entre escola pública ou privada, citei o fato de que a mentalidade do aluno é um dos fatores mais impactantes em seu desempenho escolar, segundo os resultados do PISA (link para uma nova página) , a prova internacional de avaliação de estudantes, aplicada trienalmente pela OCDE. Vou explicar um pouco o que são esses fatores mentais e como podemos tentar trabalhá-los em nossos filhos
Automotivação e desempenho
No PISA de 2015, foi apresentada aos alunos uma questão para identificar como estes viam a motivação para os estudos. Alunos que perceberam que a motivação seria “trabalhar nas tarefas até que tudo esteja perfeito” ou “fazer mais do que era esperado dele” tiveram rendimento, em média 14% superior aos que identificavam-se com alunos que desistem facilmente e não realizam as tarefas com frequência. Uma melhora semelhante no desempenho também foi identificada em estudantes que afirmavam acreditar serem capazes de melhorar seu desempenho com dedicação aos estudos, comparados aqueles que afirmavam que, independente do quanto estudassem, o resultado seria o mesmo.
Todas essas questões (e outras relacionadas à motivação e à ansiedade), mostram a importância de uma preparação da criança não somente nos conteúdos escolares, mas com a própria mentalidade, a adequada percepção de si mesmo, uma autoimagem positiva e uma postura de empenho frente aos desafios escolares.
Mas como auxiliar a criança e o adolescente nessa construção?
A primeira coisa é o que sempre falamos aqui, estar presente no cotidiano da criança em suas atividades escolares. A cobrança pelo resultado, em certa medida, pode ser positiva, mas a compreensão de que o empenho e dedicação são valorizados pela presença da família é ainda mais fundamental. A percepção de que “motivação” é fazer mais do que esperado revela uma mobilização interna da criança ou adolescente quanto aos estudos e não externa. Ou seja, o aluno tem melhor desempenho quando ele deseja vencer o desafio para si mesmo, não para o outro (seja ele pai ou professor).
O papel da escola
É importante também que a escola esteja ciente desses fatores. Alunos que apresentam maiores dificuldades em determinada disciplina, precisam ter sua melhora valorizada, comparado a si mesmo e não aos demais. Volto a falar sobre a repetência e progressão continuada, debates muito frequentes. Alunos reprovados aprendem muito menos do que seus pares que foram aprovados com o mesmo nível de desempenho e é claro que isso tem a ver com a autoestima do estudante. Escolas com alto índice de reprovação costumam ter boas notas em exames de desempenho final dos estudantes, mas isso acaba sendo mais reflexo de uma higienização de suas classes (expulsando de suas fileiras alunos indesejados pela instituição) do que um impacto efetivo na aprendizagem do aluno.
Falei mais sobre esse tema da progressão continuada no episódio 84 do Entre Fraldas.
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